Amor é talvez a palavra mais abusada e desgastada na nossa cultura O amor da Igreja chama-se charitas, uma palavra latina com extensa e complicada história. Era usada na linguagem comercial (o que é caro, vale) e tornou-se a palavra que os primeiros cristãos latinos escolheram para traduzir ágape. Eros e philia (amor de amizade), não conseguiram exprimir na sua revolucionária novidade. O ágape, de facto, diferentemente do eros, é amor de gratuidade, ama também aquilo que não é desejável e ama também o não amigo, ou seja, os inimigos e todos os temos, às vezes sem o sabermos, nem fazermos nada para isso.
A finalidade e a natureza da Cáritas Diocesana é aquela de ser pessoa jurídica canónica pública dedicada ao serviço dos pobres e à promoção integral da caridade e da justiça. No exercício da caridade entre todos os fiéis agimos pelo Bem comum, pela comunhão que nasce e se nutre no sacramento da caridade – a Eucaristia, para fazer resplandecer nesta Igreja Local, aquela realidade suprema que é a própria essência de Deus, o Amor.
O grande S. Bento, padroeiro da nossa Diocese, dá o mesmo valor ético ao “ora” (oração) e ao “labora” (trabalho); uma mensagem de grande esperança.
A medida alta da santidade é o desafio a percorrer na fé professada, celebrada e servida na Caridade. Tenhamos confiança e coragem, porque o bem faz sempre bem e o amor é muito exigente e está quase tudo por fazer.
+ José Manuel Cordeiro
Bispo de Bragança-Miranda